quarta-feira, 9 de abril de 2008

Fotojornalismo - Os vizinhos

Antigas tradições e ofícios...
De férias em Luzio, a 15 km de Monção, percorro os pequenos caminhos que me separam dos meus vizinhos. Ir ao seu encontro é um desafio aliciante pois é mergulhar nas suas inúmeras tradições e ofícios. Esta pacata aldeia, situada em plena serra da Anta, com pouco mais de 150 habitantes, é um local aprazível para se contemplar a natureza e a cultura do Alto Minho. As pessoas, simples e acolhedoras, vivem essencialmente da agricultura e da pecuária. O meu vizinho tio Patrício, como é conhecido, é um dos poucos artesãos da aldeia. Um homem dos sete ofícios que conserva a arte de bem trabalhar a madeira. Na sua oficina não falta o velhinho compasso, o grampo, o esquadro, a grosa ou o broquim. Com muita calma e talento lá vai fazendo os pedidos que lhe chegam. O fim do Inverno rigoroso das terras altas e o início da Primavera marca este tempo da Páscoa. As minhas vizinhas, a tia Maria do Alfaiate e a tia Maria da Fervença, levam o gado a pastar. Umas vezes para os pastos mais perto de casa outras vezes para o alto da serra. Vive-se muito à volta do “lume”, ou lareira, onde o velho pote de água quente não pode faltar. Água que serve para cozinhar, lavar a louça ou depenar uma galinha para a ceia. Em casa da tia Maria do Piago encontramos também as velhas tradições do fumeiro, com os chouriços, paios e presuntos. O velhinho forno de cozer pão é nesta altura da Páscoa utilizado pelo Zé e pela Vitalina para confeccionar um dos pratos gastronómicos mais típicos desta região – O cabrito assado no forno. À mesa, no dia de Páscoa, nada pode faltar. Vale a pena conhecer as tradições do Alto Minho.
João Cláudio Fernandes

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