Sair de casa. Raramente o faço sem um livro. Sem ele(s), a vida torna-se um vazio. Vazio de mundos. Vazio de outros. Acto solitário, gosto, depois, de o tornar cúmplice de tantos outros. Nas conversas com amigos, na leitura de pequenos excertos cuja autoria anseio, no simples olhar, no dedo que vai beijando as folhas.
O livro é, assim, o companheiro de viagem. E como qualquer companhia, o livro cresce na medida de circunstâncias. A água que jorra de uma fonte, bailando ao som do vento, a pomba que me assusta ao passar rasante, a sedução ondulante das pedras e da água. O sinal de trânsito que não me deixa avançar.
E na intenção inicial de me isolar, de conhecer mundos-pessoas-outras, a realidade que quero invisível torna-se – surpreendentemente – mais consciente. Afinal, sempre lá esteve.
E é reconfortante, tranquilo… o abraço.
Um comentário:
gostei da forma como registaste a tua relação com os livros. tb concordo que aquela do semáforo fugia um pouco à narrativa. a última foto é um grand final.
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